Imagem/Divulgação : Reprodução Internet
A
Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira (31), em segundo turno, uma
proposta de emenda à Constituição (PEC) que viabiliza a prática da vaquejada. A
PEC estabelece que "não são cruéis as práticas desportivas que utilizem
animais, desde que sejam manifestações culturais". O texto já havia
passado pelo Senado e segue agora para promulgação do Congresso Nacional. O
texto foi aprovado na última quarta por 373 votos favoráveis e 50 contrários (6
abstenções). Por se tratar de uma mudança na Constituição, eram exigidos, ao
menos, 308 votos para a aprovação.
Em
outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou uma lei do
Ceará que regulamentava esse tipo de prática por entender que a atividade impõe
sofrimento aos animais e fere os princípios constitucionais de preservação do
meio ambiente. Na vaquejada, um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros,
montados em cavalos, tentam derrubar o animal pela cauda.Diante da decisão do
Supremo, o Congresso aprovou, um mês depois, uma lei que tornou a vaquejada
manifestação cultural nacional e patrimônio cultural imaterial. Ainda em
novembro de 2016, o presidente Michel Temer sancionou a lei.
A
PEC APROVADA
O
texto aprovado em segundo turno nesta quarta também diz que as manifestações
culturais envolvendo animais "devem ser regulamentadas em lei específica
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos”. Defensores da proposta
ressaltaram durante a sessão a relevância cultural da vaquejada e afirmaram que
os animais são bem tratados. O Deputado Efraim Filho (DEM-PB) disse:
"Ninguém ama mais
o seu animal do que o vaqueiro."
Por
outro lado, partidos contrários à proposta, como a Rede, PSOL e PV,
questionaram o fato de o Congresso resolver mudar a Constituição após o STF
considerar a prática inconstitucional, além de considerarem que a prática gera
maus-tratos aos animais. Ricardo Izar (PSDB-SP), então, declarou:
"Estamos
regularizando a tortura e a crueldade aos animais. O Brasil está indo na
contramão dos países desenvolvidos. Estamos legalizando a crueldade de uma
prática medieval. A questão cultural também tem que evoluir".
Fonte: Nação Jurídica
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