Imagem: Reprodução/ Internet
A modificação no artifício jurídico de Michel Temer iniciou seu debate no fim de semana,
quando o Chefe do Poder Executivo Federal conseguiu entender que um julgamento desfavorável do pedido de
suspender o inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) poderia ser uma
sentença de morte e decretar o fim antecipado de seu governo.
Depois que as cúpulas
do PSDB e do DEM tomaram o veredicto do plenário do STF – antes marcado para
amanhã – como parâmetro para a decisão de permanecer ou não na base aliada,
Temer viu que a tática até então estabelecida havia se tornado uma armadilha.
Principal alvo das
delações da JBS, o presidente foi alertado de que havia riscos de sofrer uma
derrota na Corte e, sendo assim, toda a estratégia traçada poderia se
transformar num divisor de águas contra o governo. A avaliação feita no Palácio
do Planalto foi a de que, se o plenário referendasse o parecer do ministro
Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, mantendo a investigação contra
Temer, a crise aumentaria e a situação do presidente ficaria insustentável.
Com esse diagnóstico,
o Planalto recorreu aos serviços do perito Ricardo Molina, da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), na tentativa de mostrar que a gravação feita
pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, continha edições, e, portanto,
não poderia ser usada como prova na investigação.
Foi, na prática, mais
uma estratégia para ganhar tempo e afastar ultimatos, deixando o inquérito
correr no seu curso natural e evitando o possível desembarque de aliados. Dessa
forma, quando a Polícia Federal entregar o seu laudo ao STF, o presidente já
terá apresentado sua defesa pública. Mesmo que o Presidente esteja sustentando
apenas a ilicitude da prova e não o conteúdo desta.
Fonte: O Estadão
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